Eu entendo a razão pela qual os Israelenses gostaram da Gal Gadot no papel da super heroína Mulher-Maravilha.
Um mulher Judia Israelense que serviu nas Forças de Defesa de Israel – ou seja, compartilhou as dificuldades da vida do Israelense comum – em um filme no qual ela é uma super heroína treinada para a guerra desde a infância, que luta contra os Alemães em batalhas épicas e sempre busca a paz, é bom demais!
Além disso, cenas como a que a Mulher-Maravilha entra numa cidade tomada pelo gás venenoso e sai sem um único machucado – mas chocada com a destruição que a guerra causa na vida das pessoas – causam uma forte impressão em pessoas que conhecem de perto relatos de sobreviventes civis que encontraram gases venenosos em campos de extermínio durante a segunda guerra mundial.
E já que virou uma certa obsessão discutir a identidade Judaica da atriz nos podcasts Israelenses e Americanos da internet, vou jogar mais um grão nessa discussão; a Princesa das Amazonas é uma heroína que representa bem os Israelenses (ou a imagem que os Israelenses tem do herói ideal) e o Super Man representa bem os Judeus da diáspora dos EUA.
As cenas de ação são de fato muito bem feitas e a Gal Gadot está ótima no papel da princesa Amazona. O romance com o espião inglês e a inocência da princesa Diana frente a vida social inglesa do início do século passado, dão ao filme humor e sensibilidade.
A parte que eu mais gostei quando o vilão aparece e surpreende todos com a sua verdadeira identidade.
Mas eu não gostei do filme.
Os personagens secundários não são interessantes. A narrativa extremamente dualista e rasa, de um lado uma heroína que busca a paz e do outro a essência do mal, o D’us da guerra – no fim, a heroína percebe que de fato os homens não são inteiramente puros, mas que, ainda sim, são capazes de coisas boas -, ou seja, essencialmente, temos a paz e tudo o que há de bom nesse mundo contra a guerra e tudo o que há de ruim.
O principal, todo bom herói precisa de um vilão fantástico. O D’us da guerra faz batalhas impressionantes, contudo não oferece espaço para complexidades e nem desperta um certo fascínio na audiência.
A Mulher-Maravilha é um ótimo filme de super herói, mas está longe de ser um Batman vs. Coringa (DC) ou um Capitão América e o Soldado Invernal (Marvel).
Ah! Claro, não podemos esquecer que trata-se do primeiro filme de super heróis de quadrinhos no qual a heroína principal é uma mulher. Uma bela mulher, guerreira, cujos cachos não ficam bagunçados pelo combate corpo a corpo com soldados alemães, que possui armas incríveis e no qual a heroína atravessa correndo o campo de batalha usando um par de botas com saltos.
Tudo isso chama atenção.
Eu confesso que eu prefiriria um filme com a Viúva Negra, a série com a Khaleesi, discussões no parlamento inglês com a Margaret Thatcher e batalhas com a Largetha Lothbrok.
Na prática, esse filme foi apenas uma ótima introdução à história da Princesa das Amazonas – algo que vai permitir que as audiências do filme “A Liga da Justiça” tenham mais familiaridade com a personagem.
É um bom filme de aventura, vale a pena ver!